quinta-feira, 17 de abril de 2014

Seu Walbinho

(In Memoriam, Walber Reis)
Eu não poderia deixar que este dia findasse sem escrever um post em homenagem a Seu Walbinho. Senti que devia isso a esta Semana Santa, já que a Páscoa nos recorda a certeza da Ressurreição e com isso a garantia de que um dia Novos Céus e Novas Terras nos aguardam, em um lugar aonde Deus será pleno em todos os nosso amigos, familiares e pessoas mais que queridas. Por isso, embora triste pela ausência física, quero trazer em meu coração a esperança alegre que a Eternidade nos dá.

Seu Walbinho e sua família são vizinhos da minha família há 35 anos. Ele nos precedeu no bairro Vinhais, sendo um dos primeiros moradores. Minha mãe costuma sempre lembrar que uma das atitudes mais ternas e que logo deixou claro que tipo de vizinhos teríamos foi quando ela sentiu dores de parto e saiu às pressas para a maternidade para me dar a luz. Devido a correria, toda a roupa que ela havia passado a tarde lavando ficou no varal.

Dona Maria, esposa de Seu Walbinho, quando minha família voltou à noite para casa, entregou as roupas do varal e disse ter recolhido pois viu que não tínhamos como fazer isso. Este gesto de solidariedade e tamanha generosidade ficou guardado na memória do coração de meus pais e até hoje eles lembram esta história com muito agradecimento.

Quando tivemos nossa irmã mais nova, Aline Ceres, ela passou muitas tardes com dona Maria, pois não tínhamos com quem deixa-la, quando íamos para a escola. Aline cresceu chamando Seu Walbinho e dona Maria de padrinho e madrinha, e no dia do batizado e Aline, dona Maria tornou-se madrinha de Consagração dela.

Waldiney, Walbercio e Walberlino são os filhos de seu Walbinho que vimos crescer a proporção que eles  nos viram também, pois eu e meus irmãos somos mais novos que eles. Waldiney tinha a idade de meu irmão mais velho, Luís Fernando e eram muito amigos. Mas Waldiney morreu assassinado em um dia triste de São Pedro, de modo que até hoje a data do dia 29 de julho nos deixa retirados em memórias e orações por ele.

Se fosse traduzir em uma palavra quem era Seu Walbinho, eu traduziria em "ALEGRIA". Ele era uma das poucas pessoas que conheço que traziam sempre consigo um sorriso largo e bonito sempre para todos que via! Ele era a única pessoa de idade também que eu conhecia também que ouvia raggae sempre, mesmo às 6 horas da manhã. Ele dirigia sempre a 10 km/h no bairro e era fácil identifica-lo: sempre ouvia raggae.

Ele costumava sentar em uma calçada alta, em frente a minha casa e era comum todos os dias, quando não na saída de casa, no retorno avista-lo. Seu Walbinho não sabia, mas várias vezes ele foi um sinal concreto de Deus em minha vida, quando voltava triste ou quando acordada meio pra baixo com algum problema, era reconfortante vê-lo na porta de casa, sempre com um sorriso, a me desejar um "bom dia" ou "tudo bem", quando eu chegava em casa.

Seu Walbinho acompanhou meu crescimento, minha formatura, meus trabalhos e várias vezes me dava uma santa carona da minha porta até a parada de casa. Sempre generoso, sempre prestativo, sempre feliz.

Nesse ano, Seu Walbinho descobriu um câncer na garganta que roubou seu sorriso. Precisou retirar as cordas vocais e por isso já não podia mais falar. Logo ele, que sempre gostou de falar com todos e todas e sempre fez isso com tanta alegria.  Não o via mais sorrindo quando voltava pra casa e por último foi necessário que ele ficasse internado no hospital. Dona Maria, sua esposa, acompanhou sua Paixão e Páscoa, no Hospital, aonde esteve até o momento de sua morte. Eu confesso que não fui visita-lo por falta de coragem. Não queria vê-lo assim e sei que ele não iria querer me ver chorando ao visita-lo. Mas ele estava presente em minhas orações e eucaristias.

Hoje recebi a notícia temida: faleceu. Confesso a vocês que sinto como se fosse a morte de um parente. Afinal, ele era alguém que me acompanhou, me viu crescer e gostava tanto de minha família. Eu vou acordar várias vezes olhando para calçada e lembrando dele. Do "bom dia" e do "Tudo bem, Virgínia!", que ele sempre dava. Mas vou lembrar mais ainda quando estiver na Eucaristia. Lá, sei que não será só uma lembrança de memórias, mas será um reencontro na Comunhão dos Santos.

Vá em paz, seu Walbinho! Agora eu sei que está tudo bem com o senhor, pois agora estás com o Senhor!

sábado, 24 de agosto de 2013

Boletim médico blogueiro


Sem os termos e formatações padrão dos tradicionais boletins médicos venho divulgar o estado de saúde da (ex) paciente Virgínia Diniz (eu).  No último sábado, dia 17/8, postei sobre a forte dor na perna direita que havia sentido, que me deixou impedida de andar normalmente, sem mancar e me fez parar em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro do Vinhais.

A descrição da dor era muito parecida com a de uma crise de apêndice, por isso a preocupação de todos que me encaminharam. Chegando no hospital, fui atendida por um médico que, depois de muito eu insistir, passou pra mim um exame de sangue e depois de verificar uma infecação, me passou um analgésico e mandou eu ir pra casa e procurar um médico.

Fui atendida em uma UPA por um médico do trabalho, que me voltou pra casa com um analgésico e a receita de antibiótico. Fiquei pensando nisso desde então, primeiro na mão de  Deus, o diagnóstico tardio (uma vez que ele não me examinou) não me causou sequelas graves. O fato é que voltei consciente que apenas na segunda-feira (19), poderia procurar um médico, uma vez que ainda era sábado e no domingo não há atendimento.

Comprei o antibiótico, a sensação de febre passou, mas a dor localizada na perna não. Continuei o domingo e segunda mancando. Nesse intervalo de tempo, tentei encontrar nomes de clínicos gerais e nada. Descobri que ao contrário do que muitos outdoors na cidade anunciam, faltam  sim médicos na cidade. Porém, sem grandes traumas ou novidade quanto a isso, tirando a sensação de impotência e vulnerabilidade que certificar-se disso deixa, de certa forma, continuei minha busca pelo diagnóstico. Pois até segunda ainda me restaria algumas horas de dor localizada.

Pesquisei na internet e vi que a descrição batia com trombose na perna. Nossa, bateu um medo. Eu convivo algum tempo com um mioma que ainda iria iniciar o tratamento, e ele poderia ter sido um dos causadores. Resolvi, então, buscar ajuda dos amigos da área médica, que me indicaram procurar um cardiovascular, já que as dores batiam e eu não encontrava um clínico geral. Foi o que fiz.

Apenas na segunda-feira, 19, fui (muito bem) atendida e medicada por dr. Raimundo Reis, que prontamente deu encaminhamento aos exames necessários para saber que procedimento tomar. No mesmo dia tomei os medicamentos e na terça-feira, pela manhã, já senti melhora significativa, a dor diminuiu sensivelmente. Nesse meio tempo, refleti sobre muitas coisas em minha vida, mas, sobretudo, no que mais refletimos quando estamos doentes: no quanto é bom ser saudável! Sentir saudades de como éramos quando não tínhamos nenhum sintoma de doenças é um bom remédio, quando encarado de forma positiva, claro, para se viver a vida de forma diferente. E, também, no quanto é caro cuidar de problemas com a saúde para quem não dispõem de plano.

O fato é que fiz o exame na quarta-feira e no mesmo dia fui ao médico, já sem a dor que me fazia andar mancado. O resultado do exame, para honra e glória do Senhor, não acusou nenhuma trombose, contrapondo aos sintomas, mas fui orientada a continuar com os medicamentos. O que quer que tenha sido, os medicamentos fizeram efeito. “Agora aproveite para cuidar deste sobrepeso”, disse sorrindo o médico. E é o que vou fazer, podem ter certeza.

Por isso, a contar do último dia 19, estou afastada do trabalho, por recomendação médica.  Mas estou bem melhor e isso me faz ficar tentada a voltar, mas vou continuar meus tratamentos pendentes. Prometo.
Resumo de tudo, quero agradecer a todos que oraram por mim durante esses últimos dias. Peço emprestadas as palavras do Papa hemérito Bento XVI para dizer que senti "fisicamente" as orações de todos e graças a Deus, estou melhor!

Dizer, também, que sem meus amigos não conseguiria nem diagnosticar rápido o problema, nem encontrar o especialista necessário (obrigada pela indicação do dr. Raimundo Reis, Ana Cláudia, foi excelente!) ou mesmo conseguir fazer meus exames a tempo de um diagnóstico precoce. Obrigada a todos e todas! Vocês foram determinantes para minha recuperação e podem contar com minhas orações e gratidão eterna! Beijos no coração de todos!

Aos amigos que ligaram, que se preocuparam, que oraram de longe ou de perto, aos que me visitaram, aos que não puderam me visitar, mas perguntaram por mim, a todos e todas, aquele abraço! :-)

Que por intercessão de Nossa Senhora da Saúde, de São Miguel Arcanjo e de santinho Frei Rogério*, todos fiquem em paz e com saúde. Beijos fantásticos, Vi.


p.s fantástico – fui me confessar no dia do resultado do exame, quarta-feira, 21, e santinho, meu confessor, de 89 anos, me contou que caiu, bateu a cabeça, fui para a UPA da Vila Embratel, depois transferiram ele para o Socorrão e por fim, acabou sua saga sendo suturado por um urologista :-) Sorrimos os dois nesta hora.rsrs eu por ver o bom humor dele com a situação e ele por ter mais esta, entre tantas histórias para contar, nos seus 89 anos de vida. Imagino a cara das pessoas que estavam na fila da confissão, ouvindo nossas risadas.rsrs deviam imaginar, por certo, que tenho um modo estranho de me redimir de minhas faltas. É a perfeita alegria dos franciscanos! Por falar em história, uma vez frei Rogério me contou como foi sua ida para o Rio de Janeiro (partindo de São Luís-MA) em um fusca.rsrs mas isso é história pra outro post. 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Fui ali, mas agora voltei...



Nem poesia existencial, nem causos de amor, o que quero hoje é apenas dizer que fui ali dar uma volta e voltei. Simples assim. Faz tempo, eu sei...anos...desde 2009, quando me perdi de mim..mas hoje volto pra casa. Que bom encontrar esta lua, senti falta dela nos lugares e planetas aonde andei. 

Olá, lua :-) Obrigada por ser reflexo do Sol pra mim nesta noite. 

É isso, estou de volta! 

Bjs fantásticos, Vi.

sábado, 22 de setembro de 2012

Enferma de amor




"Conjuro-vos, filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amigo, que lhe haveis de dizer? Dizei-lhe que estou enferma de amor" Cântico dos Cânticos 5,8