domingo, 29 de novembro de 2009

Um Novo Tempo...

Nossa vida aqui na terra ganha um significado a partir daquilo que nos constrói: cultura, família, crença, amigos, sociedade...tudo conspira e colabora para que você e eu tenhamos nossas vidas um mundo de significados que darão em nós a sensação de plenitude ou de “falta ainda alguma coisa”...

A bem da verdade é sempre bom lembrar que “sensação de plenitude”, aqui na terra, é limitada ao tempo, espaços de tempos. Dias, semanas, segundos de felicidade, frações de segundos...dependendo da visão de mundo de quem vive, saber que somos limitados pelos espaços de tempos deixa no ser humano uma impressionante sensação de que ele precisa viver. E, em geral, isso se torna mais gritante quando ele encontra com a morte. Quer dele ou de familiares, conhecidos, desconhecidos...a morte sempre gera no homem essa reflexão sobre a vida.

E é algo muito certo, uma vez que a vida só tem sentido porque um dia vamos morrer. E vice-versa. As duas têm sua importância. Sim, foi isso mesmo que quis dizer, morrer tem sua importância e significado. Ou vocês nunca ficaram com peninha dos seres mitológicos chamados vampiros que passam gerações e gerações fadados a verem todos que amam e se envolvem morrerem enquanto eles estão presos a vida? É, eu sei, é estranho, mas a reflexão é justamente essa.

Viver se torna um fardo quando não se tem motivos para isso. Em geral, os motivos que temos são construídos pelo contato com as pessoas, com a multiplicação de nossas vidas quando encontramos com o próximo e construímos um mundo novo a partir do que ele partilhou conosco. A nossa família, nossos amigos, o padeiro da esquina, o cobrador do ônibus que pegamos para ir para o trabalho. Tudo e todos dão a nossa vida um significado único e especial. E quando temos uma razão para existir, o tempo é muito melhor aproveitado. Não tem-se a sensação de que “falta algo” ou que “você não tem porque existir”. “Ninguém se importa comigo, ninguém me ama, ninguém me quer”...

Não é engraçado como você só se sente você se o outro te reconhece? Quando privamos alguém de existir em nossas vidas o matamos. Daí a maldade daquele que não perdoa, que não sabe passar por cima dos ressentimentos ou mesmo não alimenta-los. Você assassina o outro na tua vida quando faz ele deixar de existir.

Como nós humanos ( e eu sou humana também) somos falhos, e em geral matamos muita gente em nosso caminho durante a vida, saber que Deus existe e que a existência dEle, o lutar por Ele, pelas coisas que Ele acredita, é algo reconfortante. Pois se pensa em uma luta por algo muito maior, algo que ultrapassará o tempo presente, ainda que depois da morte. Deus que é eterno, torna nosso tempo limitado aqui da Terra uma experiência imperdível.

Nosso post de hoje é sobre isso. Sobre tempo e sobre vida. Mas não queria falar sobre um tempo voltado para o Khrónos, Crono. O tempo cronológico, dos ponteiros e segundos que passam. Quero falar do Kairós, o tempo de Deus, o tempo da graça. Que não se mede por relógios, pois tem um ritmo próprio de acontecer. Para o Cronos, planejamos nossas vidas pelo tempo que vamos viver. Para o Kairós, Deus pode agir em todos os tempos, e em todos os segundos, sem dia ou hora marcada para sermos felizes.
Khrónos e Kairós, dois tempos, duas medidas. O Khrónos de consume, o Kairós te devolve a vida!

O tempo de Deus é sempre um tempo de graça. Vivendo ou morrendo, simbólica ou literalmente, o tempo de Deus não se prende aos ponteiros do relógio. E começa em um lugar chamado eternidade. E só se concretiza através das nossas vidas e do significado que damos a ela.
Para os cristãos, estamos vivendo o tempo do Advento, como disse aqui. Marcado como as quatro semanas que antecedem o Natal, dia 25 de dezembro (khrónos), é um tempo de graças, onde Deus chama o homem a uma mudança de vida (kairós), a endireitar o caminho, e ter uma vida nova para poder pensar na vida eterna. Em um Novo Tempo...

Hoje a avó de Bia, companheira nova do ministério jovem da RCC de São Luís, faleceu. Com certeza todos pensavam sobre o Cronos. O tempo que passaremos aqui. Novos ou velhos devem ter se questionado sobre “quando irei?”.

E, pensando na vida, e na certeza de saber que um dia todos vamos morrer, quero convidar você a dar um significado diferente para esse tempo em que vivemos. Se só pensas no Natal como a festa de reunir a família ao redor da mesa farta e da troca de presentes, quero que lembre desse Natal também, mas, que viva o Advento nesse ano.

Prepare-se para aquele que há de vir! Aproveite esse tempo para preparar o teu coração para que seja presente de Deus. Dê bom dia ao padeiro da esquina, cumprimente do cobrador do ônibus que pega todos os dias, seja agradável, perdoe os que estão em sua lista de “com esse eu não falo mais” e aproveite para conversar com Deus sobre a tua vida e os planos que Ele tem pra você durante esse tempo aqui. Ah, procure uma Igreja, um padre para conversar ( ou confessar), procure Deus. E com certeza, se surpreenderá com o significado que sua vida tomará.

Um grande abraço, querido e querida, e que o Menino-Deus, nasça no tempo certo no coração de cada um. Kairós! Vem, Senhor Jesus!


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Que bom saber que pra você a vida também é fantástica...