domingo, 25 de julho de 2010

Pensar em meio a tempestade


Esta foto foi retirada de um celular (isto explica a baixa resolução) no momento exato em que esta casa - na imagem apenas ameaçada - estava no exato olho do furacão .

Dizem que o olho do furacão é o lugar de maior conturbação para se estar. A parede de vento que se forma, nos mais ferozes, chegam a atingir 140km/h. Impressionante! Mais impressionante ainda é saber que no centro do furacão, chamado de olho, lá os ventos são amenos, e pode-se se experimentar algo parecido com tranquilidade, mesmo no meio de uma tempestade. Curioso, né?!

A natureza mostra que é possível se ter paz no momento em que o mundo parece se acabar, termos paz, calma para pensar ou mesmo para ler, quiçá até um momento de ócio (risos). Bom, o próprio Cristo nos diz isso na passagem da Tempestade Acalmada..."De repente, desencadiou-se no mar uma tempestade tão grande que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia". Queridos, eu tenho o sono pesado, e não foi uma nem duas vezes que fui advertida por meus familiares quando os mesmos passaram a noite em claro devido trovões e chuva forte e eu, placidamente, dormia. E por isso entendo o quanto o sono nos é benéfico em momentos como este.

Esta não é a primeira vez que Deus se refere a tempestades na bíblia. Segundo o site Bíblia online a palavra tempestade aparece 40 vezes.  Poderia citar todas elas, mas vou deixar que pesquisem no site. Quero me deter aqui a duas situações, opostas, que chamam minha atenção. Uma fala da fúria de Deus, comparando-a às mais terríveis das tempestadas; na outra, a tempestade existe, porém, Deus livra-nos dela.

Pensando bem, em uma ou outra situação, Deus sempre está presente para nos amparar, proteger e livrar. Porém, sair ou não da tempestade é uma decisão que só depende do homem. O que me leva a concluir que, sofrer ou não por estar no centro da tempestade  depende dos olhos de quem vê. Em outras palavras, como você encara o problema.

Explicando um pouco com as palavras do link do primeiro parágrafo: 

O vapor de água, especialmente quando aquecido, por ser menos denso, sobe rapidamente na atmosfera. À medida que sobe, vai resfriando-se até que se transforma em gotas de chuva. A mudança do estado gasoso para o líquido libera calor, que aquece o ar ao redor. Este ar aquecido torna a subir, e seu movimento "puxa" o que está embaixo. Cria-se uma corrente ascendente dentro da nuvem. O movimento da corrente cria também uma parte da nuvem onde a pressão é menor. A diferença de pressão vai "puxar" também o ar ao redor, bem como atrair os ventos que empurram a tempestade.

A corrente ascendente alcança 15 km de altitude. Nesta zona, chamada tropopausa, ocorre uma inversão de temperatura - isto é, o ar começa a ficar mais quente. Ao chegar neste ponto a temperatura da corrente é - 70 oC, logo não poderá mais subir e descerá pelos lados da nuvem. Uma vez lá embaixo, esse ar será reabsorvido pela corrente principal, formando um sistema que se auto-alimenta.

É o começo do furacão, que irá crescer cada vez mais, alimentado pelo ar quente do Atlântico. O movimento de rotação da Terra faz com que a corrente de ar suba de forma enviezada. Parte do ar que sobe pelas correntes ascendentes bem perto do centro do furacão acaba descendo pelo centro mesmo. Nesse lugar o movimento do ar inibe a formação de nuvens e o resultado é que se formará um olho (veja ao lado). Essa é a região mais tranqüila. Ao seu redor está um fortíssimo vento ascendente em espiral. Ao chegar à terra firme, o furacão perde sua fonte de vapor de água, e irá gradualmente dissolver-se.

Veja que a tempestade tem uma razão, as ondas de ar quente. Pronto, podem ser comparadas com nossas situações difíceis de serem diluídas, resolvidas, solucionadas. Essa situação pode até ficar um tempo longe de nós, porém, no momento em que se aproximar de nosso terreno, o nosso coração, tudo irá ficar confuso e insuportável até. Porém, há uma coisa boa, mesmo no meio da tempestade, existe um lugar, lá no meio de tudo, no centro da confusão, em nosso coração. Talvez por ser o centro de nossas decisões, lá também é o lugar em que se pode ter um momento de calmaria. Diz o parágrafo acima que quando se está no olho do furacão lá é lugar mais tranquilo.

Lembrando dois personagens bíblicos que gosto muito, Jonas e Jó (Jóta Jóta.rs). O primeiro também dormiu no barco no meio da tempestade. Mas, ao contrário de Jesus, ele na verdade estava indiferente a situação, porque estava fugindo dela. Lembram dos ventos quentes que ficam longe mas um dia descem? Então, o vento desceu um dia, e a tempestade chegou para Jonas. O fato é que não querendo enfrenta-la, mesmo estando no meio dela, pediu para que o jogassem no mar.

Jonas, Jonas...acho que foi a primeira vez na vida que sorri de uma passagem na Bíblia. Melhor dizendo, da história de umpersonagem. Veja, o sujeito está no meio de uma tempestade, fugindo das ordens de Deus, que fala para que ele vá para outra cidade. Ele vai para o porão, acontece uma tempestade, todos estão se descabelando, dada a violência da mesma e o sujeito dorme zzzzzzzzzzzz parece imune a tudo aquilo. Não sendo suficiente tanta desgraça (ausência aparente da Graça de Deus), as pessoas tiram no zerinho-ô-um pra ver quem foi o causador de tudo aquilo, e advinha em quem cai? Sim, acertou quem disse, "no sujeito que estava dormindo. Jonas". Ainda sendo desgraça pouca, para se verem livres da tempestade, o próprio Jonas pede para ser lançado no mar. E veja só o que acontece, é comido por uma baleia onde passa três dias, e depois disso é vomitado. Argh!

Enfim, penso que tudo isso poderia ser evitado se o abençoado da história tivesse seguido as ordens do Criador desde o início. Mas não, Jonas, assim como nós muitas vezes, resolveu seguir o que era mais cômodo pra ele, não queria se meter em confusão, ter trabalho,  resolveu seguir seu rumo (detalhe, o oposto do rumo de Deus). Acabou que no fim da história, depois de ter sido vomitado, Jonas resolveu, enfim, fazer a vontade de Deus.

A tempestade se acalmou pra Jonas, mas, não por ela ter passado, pois Jonas apenas fugiu dela. Daí ter parado na barriga da baleia. "Dos males o menor", imagino que ele deva ter pensado isso.

Mas, vejamos Jó, outro personagem bíblico. Ele não fugiu, não negou ou se afastou de Deus, e pra falar a verdade, nem dos problemas. Porém, a tempestade o alcançou. A tempestade arrasou sua vida, mas, no centro da tempestade , justamete no olho do furação, no lugar de se jogar ou tentar fugir dela (o que só o levaria para a parede do olho, onde os ventos são piores) Deus falou com Jó. 

Quem você escolheria ser? Jonas ou Jó. Lembro aqui que Jó, mesmo fazendo a vontade de Deus, padeceu muito até alcançar suas respostas. Na vida, às vezes, acho que sou igual a Jonas. Porém, em outros momentos, penso me portar como Jó, que aproveitou o momento da tribulação para ouvir a Deus.

No olho do furacão exatamente no centro da tempestade, Deus falou com Jó (Jó 38 e 40) e não podemos dizer também que deixou Jonas sem resposta. A diferença foi o tempo que cada um demorou para responder à vontade de Deus. E no onde em cada um estava depositado sua segurança.

A tempestade se acalma e acaba a proporção que os ventos vão se aproximando do solo. Pois, perdem sua força. Quem é nosso Solo? Quem é nossa Rocha firme? O lugar onde nos sentimos seguros, mesmo no centro do furacão?

Desejo que hoje, mesmo diante da tempestade, você siga o exemplo daqueles que resolveram não se jogar do barco, nem tão pouco ficar insensíveis a Deus, mas, resolveram parar para ouvir a Deus neste momento. E confiar que no centro da tempestade, no barco onde Jesus descansa e dorme, não há vento ou ventania, ou mesmo vagalhões de ondas que possam tocar. Afinal, Ele é Aquele a quem até os ventos obedecem Sua Voz.

E, na certeza de que "após a tempestade vem a bonança", peço a benção de Deus sobre todos nós. Amém.

Que possamos aprender a confiar em Deus, a partir de nossas tempestades.

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