segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mas, se tu me cativas...


Se tem um livro que nunca me canso de ler e reler (além da Bíblía, claro) é O Pequeno Príncipe. As aventures de alguém que, mesmo possuindo a realeza, visto que era um príncipe, faz tudo para poder encontrar amigos. 


A explicação secular mais sagrada e perfeita para o Amor encontra-se nas páginas deste livro. Sobretudo, quando ele, após ter andado por vários lugares, encontra com uma raposa que fala sobre a necessidade de cativar para se ter amigos.


Na época em que Exupery escreveu este livro, o mundo vivia um período pós-guerra, as pessoas não acreditavam umas nas outras e muito menos em uma possível reconstrução através dos laços de afeto. Laços estes que nos levam a cuidar do outro, querer conhecer, querer cativar.

Imagino se ele (Exupery) vivesse no período internet. Ficaria assustado com nossa época, onde com tantas pessoas, virtuais-reais, com nomes e personalidades fictícias, se escondem atrás da possibilidade de se viver uma fantasia por trás de um monitor, sem ser incomodado pela verdade, pelo cotidiano, pela dura, mas essencial, necessidade de conhecer o outro. Ter contato, encontrar com o que ele tem de pior, mas querer cuidar, ainda assim. Participar da vida com o outro.


Pra mim, tudo o que o autor fala neste capítulo em especial da raposa, refere-se ao amor. Não falo aqui unicamente do amor entre um homem e uma mulher, que possivelmente desejam unir-se em casamento um dia. Não, refiro-me ao amor entre as pessoas de um modo geral. Desinteressado, na atitude generosa de acolher o outro com o que ele tem. 


Sempre quis isso pra mim e talvez nunca achei por sempre ter tido dificuldade de ser isso para as pessoas. Na semana passado pensava sobre isso. No quanto eu negligencio as pessoas que suponho ter conquistado. Deixado de regar, deixado de adubar, de cuidar, de tratar bem, com o pretexto de que "não importa a distância ou o quanto nos vemos, o importante é o coração". Mas o amor afetivo é tão improtante quanto o efetivo, nunca podemos esquecer isso.


Prova disso é que trabalho com jovens desde os 18 anos (portanto, quando ainda era jovem também.rs.)  e  posso garantir, a grande dificuldade que os pais têm com os filhos, nos conflitos de geração, é justamente a dificuldade de serem amigos. E amigos, caros leitores, precisam ser cativados. E para se cativar faz-se necessário o amor afetivo, além do efetivo. Requer zelo, cuidados, ritos, constância, consistência. Não posso ser amiga de quem não é meu cumplice. E quando falo cumplice não me refiro ao sentido criminoso da palavra. Falo do ser que participa de um ato. E participar é estar a par ativamente. Entregar-se, viver com todas as forças os minutos e horas propostos para o feito. O que aqui se refere a amizade, configurada na presença que teremos na vida do outro.


"Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas". Quem nunca se viu repetindo esta frase a quem ama? É que o cativar nos faz não sermos mais sozinhos no mundo. Nos preenche de vida. Tranforma nossa solidão em jardim florido.


"Se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."


 Assim disse a raposa ao pequeno príncipe. Que até então, havia chorado ao ver que sua rosa não era única para ele, tal como pensara. Ele demorou a entender o que o tonaria único para ela. Cativar...necessário nos é cativar.


Andei pensando isso no dia de ontem. Quantas pessoas passaram por minha vida e o corre-corre do dia a dia me fez deixa-las para depois. Quando somos ocupados então, de minutos para anos, basta um piscar de olhos. Então, quando nos damos conta, já passaram tantos aniversários, nossas rosas já cresceram, vivem lindas, preciosas...e perdemos de ser cumplices com elas.


Não quero dizer com isso que pretendo agora largar meus "vulcões", meus "pés de baobás" e minhas "rosas na redoma", para buscar em outros mundos amigos. Não...mas preciso manter viva a semente que um dia fiz brotar nos corações. Um telefonema, uma carta, um cartão postal, um sorriso, um email, uma mensagem rápida para dizer "obrigada por existir", uma resposta de email, de sms, de mensagem off-line no msn...Estas coisas que iluminam nossas vidas e se tornam verdadeiros mimos da parte de quem amamos, quando feitos.


Pensando nisso tudo, vou atrás das raposas que cativei e fiz chorar quando parti; das rosas que plantei como semente e deixei de regar, de proteger...e peço a você, se por  acaso fiz isso contigo, perdoe-me! Vou até você neste ano e prometo cuidar da rosa de nossa amizade de novo. Mesmo com meu tempo tão corrido do jeito que é, mas prometo, cuidarei de ti.


Fico aqui com um vídeo da musica doce é sentir. Iria colocar Cativar, mas acho-a enfadonha.rs. Doce é sentir lembra Clara e Francisco pra mim, dois amigos que Glorificaram suas vidas em Deus e tornaram a rosa da amizade dos dois, exemplo para muitos. 


Espere-me! Enquanto não chego, minha prece chega antes, e prometo entregar você em minhas eucaristias. Quanto aos demais, as demais rosas e raposas conquistadas de agora, ainda frescas com a rega recente.rs posto aqui o meu diário enquanto visito os mundos por onde passei.

Deus nos abençoe, Fantástica Vi. Bjs.

2 comentários:

  1. Parabéns! Eu tbem sou apaixonada pelo Livro Pequeno Prícncipe, ja pedie as contas de quantas eu o lie, e vc fez uma brilhando interpretação.

    Que a Paz de Deus esteja contigo...

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  2. Fantástica Ana Cândida, obrigada pela visita! Que o Senhor abençoe tua missão e que no jardim da vida, possas sempre ser aquela que cativa e se responsabiliza pelos que cativou. Amém. Bjs, Deus abençoe, Fantástica Vi.

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Que bom saber que pra você a vida também é fantástica...